Gestal-Terapia

A concentração nas formas

 A partir dessas novas diretrizes de intervenção e reflexão, o casal Perls dedicou-se a desenvolver uma prática clínica cujo propósito fosse favorecer a concentração dos pacientes na “forma” como estes buscavam integrar ou procuravam evitar as múltiplas partes envolvidas em suas experiências cotidianas, especialmente aquelas partes que se repetiam na relação concreta com os clínicos por ocasião das sessões (no aqui-agora das sessões). Tais “formas”, segundo o casal Perls, não são juízos conscientes ou conteúdos inconscientes, mas “hábitos” espontâneos de integração e alienação de partes, as quais incluem não apenas a materialidade física do momento, mas, também, os traços daquilo que se reteve do passado e do que se almeja como futuro. De onde se segue o entendimento de que: as “formas”, elas mesmas, não são qualidades pessoais. Elas são ocorrências de campo, compartilhadas por aqueles que participam deste campo e por cujo meio se constitui um “modo” peculiar de “contato” entre o passado e o futuro das atualidades físicas envolvidas.