O curso Gestalt-terapia e infâncias é um programa de desenvolvimento pessoal e profissional pensado exclusivamente para profissionais e futuros profissionais das diversas áreas de atuação com crianças, em especial dentro da psicologia, que buscam aperfeiçoamento técnico e prático dentro da abordagem gestáltica atrelado aos temas contemporâneos do trabalho com as infâncias. O corpo docente foi selecionado com rigor e compromisso de oferecer aos alunos e alunas uma experiência de excelência. Os conteúdos contemplam desde os fundamentos da abordagem até as orientações éticas e práticas do acolhimento e intervenção com crianças e adultos responsáveis capacitando os profissionais para as possibilidades de atuação nos mais diversos contextos.
EMENTAS
1. A criança e o terapeuta
As crianças que fomos e as terapeutas que somos: infâncias que nos habitam, nossas relações afetivas, sociais e culturais e os possíveis atravessamentos na prática profissional. Concepções sobre “ser” criança e adulto na relação terapêutica: compromissos éticos e políticos no trabalho com crianças.
2. O lugar da infância: dimensão histórica, campos sociais, diversidades de infâncias e corpos
Concepção histórica de infância e a construção social desse fenômeno. Perspectiva crítica das diferentes infâncias possíveis, considerando os contextos, as relações e marcadores sociais (como gênero, classe, raça/etnia).
3. Fundamentos da clínica gestáltica e vulnerabilidades do sistema self
Fundamentos filosóficos e epistemológicos da Gestalt-terapia. Self como subjetividade fenomenológica. Funções do self, vulnerabilidades e as clínicas gestálticas.
4. Desenvolvimento como processo e gênese dos ajustamentos
Compreensão histórica, social e cultural de desenvolvimento humano, implicações e aplicações na atuação terapêutica. Perspectiva gestáltica e fenomenológica sobre a gênese dos ajustamentos.
5. Clínicas gestálticas no universo infantil: manejo clínico e intervenções
A relação terapêutica com a criança e com os responsáveis: perspectivas que direcionam as intervenções. Configuração e manutenção do “setting” terapêutico: recursos materiais e simbólicos. Contratos e acordos: os contornos necessários.
6. Desenvolvimento atípico: o acolhimento das diferenças e deficiências
Modelo social da deficiência. Conceito de deficiência como uma experiência compartilhada. Desenvolvimento atípico. Corponormatividade e seus desdobramentos. Capacitismo. A Gestalt-terapia como campo de possibilidades. Família: compreensão do campo e acolhimento.
7. Autismos: compreensão e intervenção
Breve história do Autismo. Conceito de Transtorno do Espectro Autista e critérios diagnósticos. Tecnologias de leitura e intervenção. O laço Autista pela perspectiva gestáltica. Neurodiversidade e as pautas autistas.
8. Medicalização da vida e da infância: compreensão de diagnósticos e o uso de medicamentos psicotrópicos
Noção de psicopatologia, sofrimento e diagnóstico como aspectos relacionais/de campo. Perspectiva crítica e gestáltica acerca da medicalização da vida inscrita na infância.
9. CorpOralidades: as linguagens para além das palavras e o corpo como recurso
Funções de contato; Linguagens e brincadeiras corporais, limites e possibilidades na relação com o corpo em atendimento. Repertório de atividades: experiências sensoriais, jogos expressivos e experimentos. Aguçando os sentidos: (des)envolvimento da percepção e disponibilidade terapêutica.
10. Clínica infantil como experiência de campo: contextos e interlocuções
Compreensão teórica das infâncias como experiências de campo. Interlocuções entre os contextos em que as crianças estão inseridas, como família e escola. Implicações práticas (manejo clínico).
11. O trabalho com os sistemas íntimos: as famílias e o processo terapêutico
De que famílias estamos falando? Definições de família. Por que falar de famílias na clínica infantojuvenil? Aspectos relativos à teoria de campo. Compreendendo o funcionamento familiar sob uma perspectiva gestáltica. Momentos desafiadores no ciclo de vida familiar. A importância dos aspectos intergeracionais e transgeracionais. A intervenção clínica: a. Como as famílias chegam até nós; b. O que fazemos frente a cada demanda; c. Premissas básicas da intervenção gestáltica; d. Aspectos técnicos e recursos terapêuticos.
12. Espaços de cuidado, educação e escolarização: o trabalho com os sistemas sociais
Concepções de educação. Compreensões de campo e possibilidades de atuação e interlocução em escolas, hospitais, abrigos e outras instituições de promoção de cuidado e proteção as infâncias. Realização de entrevistas, orientações e devolutivas em processos terapêuticos. Acompanhamento e desenvolvimento de atividades institucionais.
13. A brincadeira levada a sério: manejo clínico e recursos lúdicos
A ludicidade como linguagem de acesso ao universo infantil. O brincar como fundamento de uma clínica com crianças. Brincadeira em ato e função no raciocínio clínico. Possibilidades e recursos lúdicos para o trabalho com crianças.
14. Infância e tecnologia: a inclusão das telas e o atendimento online
Psicoterapia online: história, definições e conceitos. Resolução do CFP e aspectos legais. Gestalt-terapia e psicoterapia online: limites e possibilidades. A clínica gestáltica infantojuvenil na modalidade online: a. Começando a psicoterapia: pré-requisitos (do psicoterapeuta e da familia), aspectos práticos e intervenção inicial com os responsáveis e com a criança; b. O “setting” terapêutico na modalidade online: dispositivos e recursos terapêuticos; c. Intervenção e técnicas gestálticas: i. Sessões com a criança, ii. Sessões com os responsáveis, iii. Sessões compartilhadas ou familiares.
15. Violências contra crianças: atenção especializada, encaminhamentos e escuta qualificada
Definição e dinâmica das violências (psicológica, física, sexual, patrimonial, negligência e institucional). Sinais e sintomas das violências. Possíveis intervenções diante da revelação de violência. Quebra de sigilo: quando e como fazê-lo. Rede de proteção e encaminhamentos necessários mediante suspeita de violência. Orientações e acolhida da família. Estudos de casos.
16. A criança nas políticas públicas e redes de assistência
Estudo sobre a inserção das crianças nas políticas públicas assistenciais, prioritariamente, nas políticas de educação, saúde e assistência social. Compreensão dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes a partir da responsabilidade técnica da escuta psicológica: direitos e deveres na proteção de crianças e adolescentes como profissional psicólogo.
17. Questões éticas da clínica com crianças: elaboração de documentos e obrigatoriedades
Principais normativas na elaboração de documentos psicológicos; Modalidades, estrutura e finalidade dos documentos; Aspectos éticos e técnicos da elaboração de documentos; Registro e guarda de documentos; Manejo da solicitação e entrega de documentos; Discussão de casos práticos.
18. Quando o fim se apresenta: os lutos, as despedidas e os encerramentos nos processos
Possibilidades de atuação e recursos terapêuticos de acolhimento e intervenção nas situações de luto (perdas, diagnósticos, adoecimentos, separações, mudanças, mortes...); As (im)possibilidades diante dos processos interrompidos: posturas éticas e profissionais; Compressão diagnóstica de alta e encerramento.
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